Lembro-me da
minha infância
De quando
conversava com meus cachorros
Sobre o
sonho de levá-los para viajar
E não
hesitava em expor meu choro
Porque
sempre alguém iria me ajudar
Eu não tinha
medo de ter medo
Nem de amar,
de perdoar
De me
decepcionar
Nem de ser
eu mesmo
Dizendo o
que sinto
E sentindo o
que digo
E quando eu
ia embora da casa de um amigo
Lembro-me de
entre lágrimas ele dizer “não vá embora!”
E na
verdade, eu também dizia isso comigo
Mas parece
que já fui, talvez já fosse hora
De crescer,
de mudar
De planejar...
Mas por
entre todo esse aprendizado
Percebo que
algo está errado
Nessa
progressão regressiva
Que me
ensina a desaprender
A ser
sincero, a ser puro
Porque isso
atrasa o futuro
E com isso
perdi tanta coisa
Perdi alguns
sonhos e vontades
Perdi tantas
amizades
Perdi a
inocência, a confiança
Mas não
perdi a esperança
De por trás
de todas estas máscaras
Ainda haver
aquela criança
Que guardava
em segredo
O seu medo
De
crescer...